Quase todas as pessoas tem uma ideia do que seja uma cidade atraente em seu imaginário. Para alguns Paris, outros talvez NYC. Outros cidades menores. Os arquitetos urbanistas também tem os seus ideias de cidades e ao longo dos tempos têm-se debruçado sobre as soluções quando planejam as cidades. Brasília, nossa capital, é um exemplo de cristalização de ideias que vigoraram em determinada época, que resultou em um plano fechado e hoje passa pela dinâmica de uma sociedade em transformação. E com ela nossas ideias e nossas soluções urbanas. Dela dizia o seu criador, Lucio Costa: “Cidade planejada para o trabalho ordenado e eficiente, mas ao mesmo tempo cidade viva e aprazível, própria ao devaneio e à especulação intelectual, capaz de tornar-se, com o tempo, além de centro de governo e administração, num foco de cultura dos mais lúcidos e sensíveis do país”
Belo Horizonte, Goiânia, Palmas são outros exemplos práticos de cidades planejadas.
Mas cidades são mais que planos estáticos. São mais que planos diretores, sejam democráticos ou autoritários. Cidades são feitas de movimento e de gente. Urge resgatar locais onde os encontros possam ocorrer com tempo e conforto. Afinal a cidade existe para os cidadãos e estes para as cidades. Ou deveria…
Mas o que seria uma cidade atraente? O que tem essas cidades que nos encantam? Esses dias achei um video bem interessante aqui, onde Alain de Botton levanta seis pontos chaves que tornam um cidade atraente. O video é em inglês e achei uma postagem do IAB TO onde eles fazem um resumo do que foi dito no video. (aliás eu recomendo muito o site do IAB TO, eles sempre tem artigos super interessantes e atualizados) e que reproduzo abaixo com algumas considerações pessoais.
- Variedade e ordem – “Ordem significa equilíbrio, simetria e repetição… Ordem é um dos motivos pelos quais tantas pessoas amam Paris… No entanto, ordem em excesso pode trazer muitos problemas.”Pensem nas cidades com ene repetições onde a gente não se encontra porque tudo é igual. É terrível! Veja em simetria com sutileza o que penso sobre a ortodoxia dessa prática.
- Vida visível – “Há ruas que são mortas e outras que são vivas. E em geral almejamos as vivas.”E como! Fugimos das ruas desertas, sejam nas periferias, sejam nas fervilhantes ruas centrais que se transformam em desertos ao fechar as atividades diárias. Estas talvez espelhem melhor essa assertiva de que ruas são feitas para pessoas. Quem sabe um novo olhar para as ruas das cidades ? E vejam que é possível se ter experiencias corajosas e baratas que mudam a vida das pessoas.
- Compactas – “Todas as cidades mais belas e compactas têm praças… A praça ideal deve oferecer um sentido de resguardo, não de claustrofobia.” As praças urbanas são ponto de encontro e há maneiras de resgatá-las, mesmo em locais de pouco espaço. Vejam como em praça sobre estacionamento
- Orientação e mistério – “Por definição, cidades são enormes. Mas as cidades mais amadas são aquelas que têm várias ruelas e passeios onde nos sentimos aconchegados e podemos nos perder.”Quem melhor nos fala sobre isso são os poetas – vejam em anatomia de uma cidade
- Escala – “Cidades modernas estão cheias de coisas grandiosas. Joseph Campbell escreveu: ‘Se você quer ver no que uma sociedade realmente acredita, procure saber para o que são dedicados seus maiores edifícios…’ A altura ideal para qualquer quadra urbana é 5 pavimentos – não mais… Claro, ocasionalmente pode haver um grande edifício, mas vamos manter isso para algo realmente especial – algo que toda a humanidade possa amar.”Arquitetura da densidade e escala urbana são leituras interessantes.
- O local – “Não queremos que os edifícios pareçam os mesmos em todo lugar.” Não viajo para ver o que posso ver aqui. Viajo para ver o diferente, o peculiar, o local. Da mesma forma quero ver na arquitetura refletida a cultura do lugar. Seus métodos construtivos, sua forma de ver o mundo. Não quero ver cópias. Se há referências ao outro, que passe pelo crivo da cultura e reflita um novo olhar, não o mesmo.
Fonte |
|
||
Fonte |
Ou seja, o urbanismo da felicidade é o que promove as cidades para todos , Leia também as Premissas de Urbanismo propostas pela Synarqs “A cidade está viva, mas quem sofre ou se regozija é o homem que nela habita.”
e lembrando que CIDADE BOA QUEREMOS AGORA
Autoria/créditos:
IAB TO